*O panorama filosófico e político no mundo atual, incluindo o Brasil, é marcado pela síndrome chamada por Hegel de hipocondria da antipolítica, que tende a ocorrer após derrota no processo revolucionário. O filósofo alemão focalizou a Alemanha e a Europa após a derrota da tentativa revolucionária que lá se desenvolveu nos anos 1840. Nesta sua nova obra, Domenico Losurdo expõe e discute a abordagem histórica e filosófica de Hegel, que se revela atual e fecunda para situar os acontecimentos em nossos dias, após a capitulação e dissolução da União Soviética e os surtos de maior agressividade imperialista e avanço do fascismo que se seguiram, num quadro mundial de busca de novo projeto revolucionário para o proletariado.
Médico - a profissão do 'status'
Pessoas que não se comportam mais como gente - e se dizem especialistas -, protestaram pela derrubada dos médicos estrangeiros por não julgá-los capazes de atender os cidadãos brasileiros; nem mesmo os brasileiros esquecidos nos locais mais longínquos do Brasil, onde nenhum médico quer trabalhar por considerarem-se profissionais superiores aos demais, de modo que não tenham estudado tanto para colocar as mãos em gente tão imunda, ganhando um piso menor do que 10 mil reais por mês. [Não seria este o verdadeiro caos na saúde?].
Os culpados, presumo, sejam os próprios cidadãos brasileiros por outorgar o título de "doutores" a uma grande maioria que jamais fez e jamais fará doutorado, costume, aliás, trazido da época do coronelismo quando 80% da população era analfabeta e considerava gente de curso superior como seres superiores, aclamando mais ainda médicos e advogados.
Como hoje, graças aos projetos sociais do atual governo federal, uma grande maioria possui curso superior, elenco a urgência do rompimento de chamar médico e advogado de doutor. Acredito que tal condição tem desorientado os mesmos do seu real compromisso e missão na Terra.
Primeiro final de semana após as eleições 2014
Sábado (1), final de semana de finados - a lucidez de 50% dos brasileiros morreu neste dia. Em pleno século XXI, uma horda de pessoas desorientadas da realidade, baseadas em fatos desconectados da história, com dois pesos e duas medidas saíram às ruas como "vaquinhas de presépio" para chamar a atenção da mídia, agindo de maneira antidemocrática, fascista e burguesa, nos pontos mais nobres do país, pedindo a volta do militarismo e a queda de uma presidente eleita pela maioria dos votos conforme rege a constituição instituída na democracia.
Passionais e subestimando o eleitorado vencedor, os manifestantes construíram um muro imaginário (de Berlim?) que separava os "cidadãos de bens" dos socialistas, por considerá-los "incapacitados intelectualmente". Entre os desordeiros ecoavam palavras desconectadas e ambíguas de diferentes momentos da história.
A impressão que se tem é a de que não foi somente a lucidez dos cidadãos que morreu neste dia de finados, mas também a integridade, a moral, a decência e a ética; quando a mola propulsora do ato foi um impulso ao ódio baseado em preconceito, difamação, tumulto, agressão e um gatilho destravado para si mesmos enquanto cidadãos brasileiros.
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